Rússia reivindica a captura de duas aldeias ucranianas e ataca Dnipro
As forças de Moscovo capturaram as localidades de Panteleimonivka, na região de Donetsk, no leste da Ucrânia, e Scherbaky, na região de Zaporizhzhia, na Ucrânia, revelou o Ministério russo da Defesa. Na cidade de ucraniana de Dnipro, um ataque com drones russos provocou quatro mortos e 21 feridos.
Segundo Zelensky, quatro pessoas morreram em Dnipro, onde o ataque atingiu um complexo hoteleiro, e 21 ficaram feridas no total, incluindo uma mulher grávida.
O governador da região de Dnipro, Sergei Lissak, avançou no Telegram que o “ataque maciço causou destruição generalizada e incêndios. Um complexo hoteleiro e de restauração, 11 casas, garagens e uma bomba de gasolina arderam”.“A Rússia está a fazer pouco dos esforços de manutenção da paz em todo o mundo. Está a arrastar a guerra e a espalhar o terror porque continua a não sentir qualquer pressão real”, denunciou Zelensky.
A Rússia continua os ataques na linha da frente à medida que os esforços para alcançar um cessar-fogo abrangente, solicitado pelo presidente dos EUA, Donald Trump, vacilam.
Há várias semanas que os Estados Unidos tentam negociar separadamente com Kiev e Moscovo um cessar-fogo no Mar Negro e aos ataques contra as infraestruturas energéticas na Ucrânia e na Rússia, após mais de três anos de combates.
Apesar da Rússia e a Ucrânia terem concordado com estas tréguas em princípio, a sua implementação continua pouco clara e Kiev e Moscovo acusam-se mutuamente de tentar inviabilizá-las.
Na sexta-feira, o presidente russo levantou a hipótese de uma “administração de transição” para a Ucrânia, sob a égide da ONU, uma opção que implica a saída de Volodymyr Zelensky, antes de qualquer negociação de um acordo de paz.
O presidente ucraniano acusou o seu homólogo russo de atrasar “qualquer possibilidade (...) de negociações” para pôr fim aos combates.“Sofrimento horrível” contra civis na UcrâniaO Alto-Comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Volker Türk, apelou na sexta-feira ao fim do “sofrimento horrível” causado pelos ataques contra civis na Ucrânia, mais de três anos após o início da invasão russa.
O número de vítimas nos primeiros três meses deste ano “aumentou 30 por cento em comparação com o mesmo período do ano passado”, lamentou Türk, sublinhando que a grande maioria das vítimas civis eram ucranianas.
“Nas últimas semanas tem havido muita atividade em torno de um possível cessar-fogo na Ucrânia, o que seria bem-vindo”, disse Türk no Conselho dos Direitos Humanos da ONU, em Genebra.
“Os cessar-fogos limitados que protegem as rotas marítimas e as infraestruturas são um passo em frente bem-vindo”, acrescentou Türk. “O que mais precisamos hoje é de pôr fim ao sofrimento horrível infligido diariamente à Ucrânia”.